Anteriormente, explicamos um pouco sobre a Certificação Leed, uma espécie de “selo de garantia” para considerar uma construção sustentável – ou seja, que foram seguidas etapas e medidas para que a obra gerasse menos impacto ambiental e incorporasse soluções inteligentes que garantem que o próprio uso desta construção também gere menos resíduos e consumo de recursos naturais.
Mas você sabe quais são todos os elementos que fazem com que um prédio público, por exemplo, seja exemplo de sustentabilidade? Em suma, a construção sustentável é uma maneira de harmonizar as construções – de casas, edifícios, prédios públicos, entre outros – com o meio ambiente.
Tanto na sua pré como na pós-construção, toda a logística é pensada para amenizar os impactos à natureza, como utilização de água e energia de forma consciente, uso de materiais recicláveis, entre outros componentes, além do cuidado na implantação urbana. Por exemplo: no início de uma grande construção, é recomendável, segundo o Ministério do Meio Ambiente: adaptação à topografia local, com redução da movimentação de terra; preservação de espécies nativas; previsão de ruas e caminhos que privilegiem o pedestre e o ciclista e contemplem a acessibilidade universal; previsão de espaços de uso comum para integração da comunidade; e, preferencialmente, de usos do solo diversificados, minimizando os deslocamentos. Já no processo da edificação, é necessária adequação ao clima do local, otimizando condições de ventilação, iluminação, aquecimento, acessibilidade, orientação solar e coberturas. Preferir materiais pouco processados e evitar o uso de substâncias químicas prejudiciais à saúde é outro cuidado da construção sustentável.
A energia é um fator de bastante atenção nesses projetos. A recomendação é que se use, por exemplo, coletor solar térmico para aquecimento de água e, se possível, energia eólica. Outra medida essencial é sobre água e esgoto: prever a coleta e utilização de água das chuvas, usar dispositivos de economia da água e de reúso. A preocupação com o tema e a aplicação desse conceito foram disseminadas no meio arquitetônico no mundo após a Crise do Petróleo, na década de 1970, quando foi necessário começar a pensar e produzir novas maneiras de usar a energia.
Felizmente, mesmo depois de sanada a crise, a Construção Sustentável não sumiu. Ao contrário: é uma ideia que se expandiu e cresceu, sobretudo depois dos anos 1990, tendo em vista a necessidade urgente de gerarmos menos danos ao planeta. Também podemos fazer a nossa parte no dia a dia em uma obra em casa, por exemplo, tentando usar poucos recursos naturais e adotando produtos com materiais recicláveis, que sejam duráveis e que possam, inclusive, ser reinstalados em outros ambientes e de diferentes formas.
Sobretudo na área de construção civil, esse pensamento é uma ordem atualmente: segundo o Conselho Internacional da Construção (CIB), a indústria de construção é o setor de atividade humana que mais consome recursos naturais, e utiliza água e energia de forma intensa. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados sejam provenientes da construção – um número que serve de alerta para todo o setor. Fontes: Ministério do Meio Ambiente e E Cycle.
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