A máxima “gentileza gera gentileza” não pode ser mais verdadeira – inclusive, para a cidade. Mais do que um lugar, a cidade precisa oferecer aos seus cidadãos elementos que gerem pertencimento. Além do básico e primordial (que, infelizmente, muitas vezes não podemos contar), pequenas atitudes e espaços, sejam eles oferecidos pela prefeitura ou por uma iniciativa particular, deixam os centros urbanos mais leves e convidativos: é a chamada gentileza urbana.
O Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi), por exemplo, é engajado em uma campanha para mostrar essas ações sensíveis da cidade, que tem o objetivo de multiplicar e incentivar projetos de indivíduos, instituições, empresas e associações que destaquem a solidariedade e o bom convívio.
Nos grandes centros urbanos, locais sem cor e degradados podem se transformar em verdadeiras galerias de arte nas mãos de artistas urbanos – em São Paulo, o Secovi promove a “adoção” de um viaduto na Marginal Pinheiros. Podem ser realizados intervenções artísticas na fachada, muros verdes e iluminação solar. Tudo para colorir o cinza.
Em Curitiba, um dos exemplos mais notáveis de Gentileza Urbana é o projeto da Praça de Bolso do Ciclista, na Rua São Francisco – a rua, aliás, era uma das mais degradadas da região central, e foi transformada em um projeto que envolveu o poder público mas sobretudo os comerciantes e pessoas, que se apoderaram do lugar. Em uma esquina pequena, que estava abandonada, um grupo de pessoas da sociedade civil ergueu uma praça. Cada um ajudou um pouco com material, mão de obra e, hoje, ela é um espaço de convivência.
Outro feito na capital paranaense é o Parque Gomm – é o primeiro parque comunitário de Curitiba, fruto do esforço do movimento “Salvemos o Bosque da Casa Gomm”, que impediu intervenções que seriam realizadas pelo shopping, localizado em frente ao espaço. Horta, grafite e outras atividades pontuais feitas pelos ativistas deram vida ao espaço. A gentileza urbana, porém, não precisa exercer tanta influência na cidade: distribuir roupas para moradores de rua em cabides pela cidade pode ser um belo exemplo. Na África do Sul , existe o projeto “The Street Store” – as roupas, doadas, são organizadas como se fosse uma loja, para que o morador de rua faça suas escolhas.
Em Curitiba, o Libélula Brechó organizou as árvores solidárias. Os cabides, pendurados em árvores, sempre tinham agasalhos e roupas de frio para pessoas que precisam. Em suma: praticar gentileza na cidade pode ser fácil e acessível para todos. Basta queremos! Fontes: Secovi SP e NetImoveis.