As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo, provocar sérios prejuízos à saúde. Da mesma forma, os ruídos provenientes dos meios urbanos podem ocasionar sérios transtornos dentro das edificações, degradando a qualidade de vida da população. Longe de ser um privilégio de poucos, as estratégias para melhorar a acústica de uma obra é um requisito tanto em projetos residenciais quanto corporativos ou comerciais.
Os principais materiais empregados na construção civil, como os blocos cerâmicos, de concreto e o próprio concreto armado já possuem certa característica isolante, mas nem sempre o suficiente para determinadas situações, em que é necessário um elevado grau de atenuação. Para melhorar a acústica de uma obra, é possível empregar, por exemplo, lã de vidro, lã de rocha, espuma acústica, fibra mineral etc. Esses materiais podem ser aliados na utilização do processo “dry-wall”, técnica atual de construção civil e bastante difundida no Brasil.
Ruído
O termo “ruído” possui diversas definições. Ele pode ser compreendido como um som sem harmonia e que, no geral, tem uma conotação negativa, ou seja, um som indesejável. Porém, é importante ressaltar que um som pode ser indesejável para um indivíduo, mas não para outro.
O ruído, de forma mais formal, pode ser caracterizado como um fenômeno físico vibratório com características indefinidas de variações de pressão (no caso ar) em função da frequência, isto é, para uma dada frequência podem existir, em forma aleatória através do tempo, variações de diferentes pressões. Ele pode, ainda, ser definido como um estímulo auditivo que não contém informações úteis para a tarefa em execução. Os ruídos podem ser classificados em contínuo, intermitente ou de impacto. O contínuo, do ponto de vista técnico, é aquele cujo nível de pressão sonora varia 3 dB (decibéis) durante um período longo (mais de 15 minutos) de observação. O ruído intermitente é aquele cujo nível de pressão sonora varia de até 3 dB em períodos curtos (menor que 15 minutos e superior a 0,2s).
Entretanto, as normas não diferenciam o ruído contínuo ou intermitente para fins de avaliação quantitativa desse agente. Já o ruído de impacto são aqueles com picos de energia acústica de duração inferior a 1s, em intervalos superiores a 1s.
Segundo a Norma Regulamentadora (NR) 15, os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos sempre em decibéis (dB), utilizando o aparelho para medição do nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (Slow).
Como é possível melhorar a acústica de uma obra e o conforto acústico
Entende-se que só existe conforto quando há um mínimo de esforço fisiológico em relação ao som (e a luz, ao calor e à ventilação) para a realização de uma determinada tarefa. Um ambiente confortável proporciona bem-estar e harmonia quando as necessidades são atendidas.
As principais variáveis do conforto acústico são: entorno (tráfego); a arquitetura; o clima (ventilação, pluviosidade); orientação/implantação (materiais, mobiliário). É importante ressaltar que tudo na natureza tem propriedades acústicas, mas a capacidade de absorção varia em função do material. A capacidade de absorção é quando, por meio da transformação vibratória em energia térmica, o material pode dissipar a energia sonora que incide sobre este.
A escolha e a maneira da disposição do material para melhorar a acústica de uma obra depende se a pretensão é corrigir, reduzir ou eliminar o ruído. Forros e paredes recheadas com lãs minerais, como lã de rocha e de vidro, podem corrigir o tempo de reverberação do som.
Deve-se tomar cuidado com os índices de absorção acústica, porque, quando em excesso, pode impedir que um aluno, por exemplo, em uma sala de aula escute o professor. A escolha do forro ou revestimento para melhorar a acústica de uma obra precisa levar em conta a taxa de ocupação do ambiente de manutenção, durabilidade, estabilidade e resistência ao fogo.
Condicionamento acústico x Isolamento acústico
Quando um empresário precisa tirar uma “Certidão de Tratamento Acústico Adequado”, por exemplo, na verdade, ele precisa melhorar a acústica de uma obra, de forma que o seu espaço não gere poluição sonora para os vizinhos. Desta forma, o tratamento acústico que engloba o isolamento acústico é o que se deseja neste caso.
O condicionamento acústico é quando temos um ambiente interno que possui qualidade sonora dentro dele, de forma que o som não seja distorcido, com eco ou reverberação excessiva. Ou ainda, a sala pode apresentar posições de audição que realcem o grave, gerando sensação de falta de equalização do som, o que ocorre muito em estúdios pequenos ou home studios.
Por outro lado, o isolamento acústico é a quantidade de som que é barrado de um ambiente para outro. Ou seja, do ambiente interno para o meio ambiente, ou, ainda, de uma sala para outra.
Viu como é possível, sim, melhorar a acústica de uma obra, proporcionando mais conforto dentro dos ambientes e fora deles? Ficou com alguma dúvida em relação aos materiais? Escreva pra gente pelos comentários e até a próxima.